Na gestão de frotas, a segurança dos motoristas não deve ser tratada apenas como uma obrigação legal, mas como um componente essencial da eficiência operacional. O uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) reduz acidentes, evita autuações e preserva a integridade física dos profissionais.
No entanto, muitos gestores enfrentam dificuldades em padronizar o controle de EPIs e garantir que eles sejam realmente utilizados no dia a dia. Uma das estratégias mais eficazes para resolver esse problema é a integração do checklist de EPIs ao processo de manutenção, via sistema de Ordens de Serviço (OS).
Este artigo mostra, de forma prática, como estruturar esse controle e quais os ganhos reais para a operação.
Por que controlar EPIs via Ordens de Serviço?
O processo de manutenção — tanto preventiva quanto corretiva — representa um momento crítico em que o motorista ou técnico interage diretamente com o veículo fora da condição de condução. Nesses momentos, o uso de EPIs torna-se obrigatório.
Ao integrar o checklist de EPIs ao fluxo das OSs, o gestor consegue:
- Transformar o controle de EPIs em uma rotina operacional, e não em uma responsabilidade dispersa
- Vincular o uso de EPIs a tarefas específicas, como troca de pneus, inspeções técnicas, viagens com carga perigosa, etc.
- Evitar liberações de veículos sem a devida proteção do condutor ou do técnico
- Registrar evidências de conformidade com normas trabalhistas e de segurança
Essa integração fortalece o compliance com a NR-6 (Equipamento de Proteção Individual) e outras exigências do Ministério do Trabalho.
Como estruturar um checklist de EPIs eficiente
O checklist precisa ir além de um “formulário padrão”. Ele deve refletir a realidade da operação e os riscos envolvidos. Veja como construir um checklist funcional:
1. Classificação por tipo de serviço ou risco
- Exemplo: Em manutenções em oficina, é necessário luvas, óculos de proteção e bota de segurança.
- Em entregas urbanas noturnas, o foco pode estar em coletes refletivos e calçado antiderrapante.
2. Definição de EPIs obrigatórios por perfil de motorista
- Motoristas de carreta: luvas, colete, bota de segurança
- Motoristas de carga perigosa: máscara, luvas especiais, óculos
3. Inclusão no fluxo da OS
- O sistema deve exigir o checklist no momento de abertura da OS ou encerramento do serviço.
- Pode ser necessário validar o uso do EPI com um campo de confirmação, upload de imagem ou assinatura digital.
No Frota Certa, é possível personalizar os campos do checklist, definir obrigatoriedades e integrar o registro com fotos diretamente pelo app.
4. Registro de não conformidades
- Itens ausentes devem gerar alertas ou até bloqueios no sistema.
- Relatórios periódicos ajudam a mapear falhas recorrentes.
Quais EPIs devem ser monitorados?
Embora a lista varie conforme a operação, segue uma relação base com foco em motoristas de veículos pesados:
Tipo de EPI | Indicação de Uso |
---|---|
Luvas de proteção | Troca de pneu, verificação de óleo, carga e descarga |
Óculos de proteção | Manutenção corretiva, contato com fluidos |
Máscara facial | Exposição a poeira, gases ou agentes contaminantes |
Colete refletivo | Atividades noturnas ou áreas de risco |
Botas de segurança | Ambientes úmidos, escorregadios ou com risco de queda de objetos |
Protetores auriculares | Locais com máquinas ou ruído excessivo |
Indicadores que o gestor pode extrair desse processo
Com o checklist integrado ao sistema de OS, é possível gerar dados valiosos para a gestão da segurança e da operação:
- Percentual de OSs com checklist de EPI preenchido
- Tipos de EPI mais utilizados por serviço
- Motoristas com maior número de não conformidades
- Serviços mais críticos em relação ao uso de EPIs
- Evolução de conformidade por período ou unidade
Essas métricas ajudam a identificar gargalos, direcionar treinamentos e melhorar o plano de segurança da frota.
O Frota Certa transforma esses dados em relatórios automáticos, facilitando decisões estratégicas e auditorias internas.
Benefícios diretos para o gestor de frotas
- Redução de acidentes e afastamentos
- Melhor desempenho em auditorias e fiscalizações
- Conformidade com legislações trabalhistas e de transporte
- Registro digital com rastreabilidade por OS, motorista e veículo
- Aprimoramento da cultura de segurança na equipe
Conclusão
Controlar o uso de EPIs de forma eficiente vai além de entregar os equipamentos aos motoristas. É preciso criar um processo que integre o tema à rotina operacional. A vinculação do checklist de EPIs às Ordens de Serviço é uma solução prática, que traz controle, segurança e rastreabilidade — pilares fundamentais para uma gestão de frotas profissional e sustentável.
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